Após a leitura do Texto expresse suas considerações a respeito de como os conceitos e exercícios estudados em Geometria Descritiva se aplicam à sua visualização do espaço quando você estiver elaborando um projeto arquitetônico?
IDEIAS BASICAS PARA
ADOÇÃO DO PARTIDO EM ARQUITETURA
Laert Pedreira Neves
Trataremos aqui do modo simplificado da expressão
perceptível do volume do edifício, na percepção tridimensional, usando-se o
sistema gráfico, geométrico, de referências bidimensionais. Esse sistema
facilita o raciocínio, ajuda a compartimentar o processo de adoção do partido
para diminuir as dificuldades de idealização e com ele é possível expressar com
clareza e precisão a noção tridimensional do edifício.
O sistema bidimensional de referências gráficas, que permite
a idealização e a representação do edifício numa visão com dimensão
volumétrica, é formado de planos geométricos ortogonais, utilizando-se os
conhecimentos adquiridos na ciência da geometria descritiva aplicados à
elaboração do partido arquitetônico.
Uns, os planos de referências horizontais, são onde se
indicam as informações idealizadas nas dimensões de largura, comprimento e
área, de posições contidas nos planos, como de posições projetadas sobre eles,
de baixo para cima e de cima para baixo. E outros, os planos de referências
verticais, aqueles onde se indicam informações idealizadas na dimensão da
altura, de posições contidas neles e outras projetadas de elementos que estão à
sua frente e atrás dos planos verticais.
As ideias expressas nesses planos são representadas na
linguagem gráfica, de acordo com a técnica do desenho arquitetônico
convencionada.
Os planos horizontais do sistema são denominados de plantas
e os planos verticais, de cortes e fachadas do edifício. O conjunto desses
planos necessários para expressar a
ideia básico do partido arquitetônico no sistema bidimensional de referências
gráficas, deve ser formado de nove planos, em média. São três planos
horizontais e seis verticais.
A perspectiva desenhada no croquis 5, explodida mostra a
disposição dos nove planos com os quais o projetista expressa as ideias do
partido, tendo-se usado como exemplo de sólido de representação do edifício a
figura do cubo. É com esse conjunto de planos que se constitui o sistema
bidimensional de referências gráficas, para expressar a ideia do partido na
visão tridimensional.
Os planos horizontais do sistema são:
1) o plano da planta de situação, o (1) do croquis 5, que se
situa na parte inferior do edifício, no nível do terreno, quando esse nível
coincide com o da rua, ou no nível da rua quando o terreno é inclinado. A
planta de situação é o plano horizontal que serve para se expressarem as ideias
de ocupação do terreno pelo edifício e as relações estabelecidas entre eles.
2) o plano do pavimento, da planta baixa, o (2) do croquis
5, que se situa numa altura variável entre 1,00 m a 1,50 m acima do plano da
planta de situação, convencionada pelo projetista. O plano da planta baixa é o
plano horizontal que seciona o edfício na altura convencionada e serve para
nele se expressarem as ideias da disposição dos elementos do programa no
pavimento e demais referências ligadas a ele. Quando o edifício tem dois ou
mais pavimentos, entretanto, o sistema de representação gráfica conterá um
plano horizontal para cada pavimento, exceção feita aos pavimentos com plantas
iguais, comumente denominados de pavimento tipo e representados por um plano
só.
3) o plano da planta da cobertura, o (3) do croquis 5, é o
plano horizontal que se situa acima do edifício, à distância convencionada, e
serve para nele se expressarem as ideias referentes á parte superior do
edifício, a sua parte mais elevada. Como este plano não seciona o edifício, são
projetadas sobre ele de baixo para cima, ortogonalmente, as ideias da cobertura
e das demais referencias ligadas e próximas a ela.
Os planos verticais do sistema são:
1) os que se situam na parte interna do edifício, os planos
dos cortes, em número mínimo de dois, sendo um o da seção transversal e o outro
o da seção longitudinal ao plano do pavimento, os (4) e (5) do croquis 5, que
servem para expressar as ideias do interior do edifício com as referencias
altimétricas. Haverá também caso de adoção do partido em que se deve
expressá-lo com mais de dois planos verticais internos - os cortes - para se
mostrarem todas as ideias, quando esses não forem suficientes.
2) os que se situam defronte do edifício, os planos das
fachadas, em número de quatro, os (6), (7), (8) e (9) do croquis 5, em
distância convencionada que servem para expressar as ideias das suas faces
externas com as referencias altimétricas. Haverá caso também de adoção do
partido em que se pode aumentar o número desses planos das fachadas, quando o
edifício tem mais de quatro faces. E diminui-lo, quando há menos faces ou há
face colada em face do outro edifício qua a invalida. Ao projetista cabe julgar
da conveniência, ou não, dessas alterações.